CAIO

O CAIO é também conhecido por João Santos. Primeira informação pertinente dada. Vamos agora à sua arte, aquela que nos cai bem e sem se magoar. O trajeto do CAIO na música iniciou-se com o lançamento do EP “Desassossego”. O lançamento do primeiro EP veio-nos trazer, por outro lado, um sossego tremendo. Um sossego de quem ouve o futuro da e na música. Como o nome do EP indica, existiram inúmeras inspirações literárias na construção do mesmo. Como construir coisas sem tijolos é bonito, já viram? Não precisam de ver, com o CAIO basta ouvir. Adília Lopes e Mário Zambujal estiverem entre as coisas lidas pelo João, naquela altura. Ele que gosta de misturar as mais diversas influências para, posteriormente, transformá-las em algo realmente aprazível. Os batidos de influências confecionados pelo CAIO são deliciosos.


Em 2017, surge aquele que é um álbum com outro ginásio, na medida em que é um álbum com um corpo mais robusto e, sem sombra de dúvidas até porque o sol queima, um passo em frente. O nome atribuído, “Viagem”, vai de encontro com a oferta deste álbum. Um trabalho que nos leva a viajar e, como toda a viagem, nos leva a crescer e a perceber o crescimento musical, assim como o amadurecimento, do próprio artista. O CAIO é um artista, mas apelidá-lo de artista coloca uma certa distância entre mim e ele. Vou evitar o termo, até porque ele é um tipo cinco estrelas. Nunca as contei muito bem, é certo, mas é grande pessoa.
Em 2018, o “Mundo Incerto” emerge. Este disco teve a particularidade de ser destacado pela BLITZ como um dos melhores álbuns o ano. O mundo do público ficou mais certo do que nunca, de todo o talento que o CAIO tinha e continua a ter para nos oferecer.


Feliz ano novo! Bem-vindos a 2019! Neste ano, o CAIO viu e ouviu o “Memórias de Amor” integrar o documentário “Leva-me Contigo”. Com ele vamos nós e fomos. Ele que nos confessou que esta simbiose e convergência de artes é um estímulo.


No EP “Retratos” ouvimos uma espécie de fronteira entre o passado e o presente. Nestes retratos tropeçamos numa maior dose de ruído, numa onda de agitação distinta que nos aproxima a um rock que nos sabe bem, muito bem. Este trabalho refletiu e coincidiu com a transição que o próprio CAIO estava a enfrentar, naquele momento. Um processo orgânico que nos deixou maravilhados. A provocação é mesmo a maior influência.


O tema “Amanhã” surge nos berços da pandemia, em 2020. Um tema que melhor me soube emprestar companhia em múltiplas ocasiões. Em 2021, nasce o “Faltamos às Eleições”, até calha bem. Todavia, não faltem, só se for por um motivo semelhante a este que o CAIO nos apresenta neste tema. A letra foi escrita pelo Valter Lobo. O teclado imposto pelo CAIO é qualquer coisa de fenomenal. Um tema que nos toca, algures nesta ou naquela paixão. Um meio de transporte para os recantos mais bonitos do amor.


Tive a oportunidade de ouvir o CAIO na Doçaria de Fornelos, num contexto bem digno de Sofar, com o calor do forno a deixar o pessoal com bochechas de mesa de Natal, aquelas bem vermelhas, estão a ver? Tive, também, a oportunidade de privar com ele, entre um copo de vinho do porto e uma fatia de pão de ló. Tivemos uma conversa breve, mas suficientemente percetível e esclarecedora de que a humildade é uma das bases do sucesso. O concerto foi incrível. As fotografias deste artigo são desse dia. Aquando do nosso encontro, já lhe tinha feito a entrevista e tinha-lhe dito que a mesma sairia na próxima semana. Como é claro, não saiu e aproveito para pedir desculpa pelo atraso. Apesar do atraso, aqui está o prometido e o merecido.


A forma de como o CAIO trata a música é com delicadeza. As palavras ganham uma expressão mais macia. Os nossos sentimentos encontram a suavidade. É algo que vem lá de dentro e que nos fica. É assim que se faz música e, mais do que isso, que se faz parte da música e das pessoas que a ouvem. O CAIO tem uma letra minha. Espero que, dentro em breve, ele possa fazer dela aquilo que ele tão bem sabe fazer. Não pude deixar de dar o spam.
Oiçam!

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