Os Carnival Youth são um grupo oriundo da Letónia. Este projeto despoletou em Riga, no ano de 2011. A década de existência da banda celebra-se aqui. Festa é festa! Os elementos da banda, são: Edgars Kaupers e Emils Kaupers, estes que são irmãos gémeos. Depois, podemos contar ainda com: Roberts Vanags e Kristiãns Kositis. Esta banda anda à deriva entre o indie rock e o pop. Apesar de recente, este projeto é robusto. Os álbuns vão-se somando e as conquistas idem. A evolução é algo que se faz sentir e ouvir. Os Carnival Youth, apesar da juventude, não brincam em serviço.
Só passados três anos, desde a sua fundação, é que pudemos ter acesso ao primeiro trabalho da banda. Em 2014, o “No Clouds Allowed” inaugurou a apresentação da banda ao público. Este álbum é, para mim, o melhor do grupo até aqui. Começaram com tudo e com o sol, uma vez que as nuvens não foram permitidas. Este álbum conquistou o prémio de melhor álbum de estreia na Letónia. A “Never Have Enough” é genial. O título do tema é um presságio, até porque é impossível fartarmo-nos de ouvir a canção. A harmonia é soberba. O piano é fio condutor, de rally, da faixa. Muita perícia. Somos inundados com o som da escaleta, aquele que é tão característico. É um som que soa muito a influências de Arcade Fire. Basta ouvir e depressa vamos buscar essas referências. O refrão é rejuvenescedor, leve e de fácil absorção. Já tocaram este tema com uma orquestra, já tocaram em movimento pelas ruas de Veneza… é uma música polivalente. Qualquer local serve de palco para este tema, basta ouvi-lo para perceber o porquê. Neste álbum, podemos contar com a presença de mais umas quantas faixas bem consistentes. Sentimo-nos tentados a ouvir umas dez vezes a “Octopus”. Não pensem em arroz de polvo, este não é o lugar. É um som com um riff mais poderoso e envolvente. Sentimos a juventude e a irreverência. Sentimo-nos bem com o trabalho destes rapazes. A “Words Like Birds” conta com um andamento mais veloz, aderimos ao ímpeto da música e, de repente, somos mais livres do que os próprios pássaros. A “See The World” ou a “Moonboy” são outras boas sugestões deste trabalho incrível. Este álbum é cantado, na sua totalidade, em inglês.
Em 2016, o segundo álbum emerge. O “Propeller” é um trabalho que consolida aquilo que foi a estreia da banda. Não desaponta. Podemos contar neste álbum com temas, como: “Connection Lost” ou “iloveyous”. Em 2017, nasce o álbum “Viena Vilciena”. Este terceiro trabalho, conta com a particularidade de ser na língua nativa do grupo, isto é, em letão. Quem se quiser aventurar a descobrir o idioma e no fim continuar a não perceber rigorosamente nada do mesmo, está aqui uma boa sugestão. O facto de a banda ter optado por construir este álbum em letão deveu-se à celebração do centésimo aniversário da independência da Letónia. Independência essa que foi celebrada no ano seguinte, em 2018. Uma homenagem bonita, diga-se. Aproveito agora para vos desejar boa sorte e para vos aconselhar a ouvir o “Good Luck”. Este é o quarto álbum do grupo, mas fiquem descansados que também podem ouvi-lo na sala. Existe o filme “Twelve Monkeys”, com o Bruce Willis. Neste álbum podemos ouvir o “Two Monkeys”, que não se fica nada atrás e é tudo menos uma macacada. A série “Friends” é incrível e, neste álbum, também podemos ouvir o tema “Friends”, igualmente incrível. No entanto, a “Side By Side”, para mim, é o tema mais bem conseguido deste álbum. É harmonioso, um som perfumado e bem parecido, parece-me. Contém uma vasta orquestra que transporta o som do violino com mestria, é só aguardar pela chegada do refrão e… bang! Somos engolidos e gostamos de o ser. Um som adulto e complexo. Mais recentemente, a banda integrou o álbum da banda russa Mumiy Troll, onde tocou uma música da banda, só que em letão. O tema, se o traduzirmos para inglês é algo como: “Summer Without Internet”. Vocês como estão a ler, estão com tudo, menos sem internet. A banda, apesar da sua juventude, já colecionou uns quantos países, tais como: Inglaterra, Hungria, Finlândia, Alemanha, Estados Unidos, entre outros. Aliado a estas visitas, a banda já fez parte de cartazes em festivais, como: The Great Escape, SXSW, Positivus, entre outros.
A banda divide-se entre o letão e o inglês, sistematicamente. No entanto, aquilo que de mais percetível podemos comprovar destes rapazes é o talento. Os instrumentais interligam-se, como se tudo estivesse concebido para o resultado ser, constantemente, mais do que bom. O piano chega-nos com subtileza, os fragmentos sonoros têm personalidade. O baixo fala alto. A guitarra guia como deve ser, e assim é. A bateria acaricia-nos. As vozes são um coro, daqueles que não fazem corar.
Carnival Youth é acreditar no futuro da música e, mais do que isso, é reconhecer que existem muitos e bons projetos, a navegar um pouco por todo o mundo. Os Carnival Youth são uma descoberta, são uma conquista!