Entrevista – LEFTY


(Take I e único)

1 – Olá pessoal, sejam bem-vindos a este espaço. Espero que gostem da decoração. Caso não gostem, espero que não mo digam. Vocês são algo de muito recente no panorama musical português. Isto é, são uma banda “prematura”, mas que consegue ser autónoma em todos os processos de existência e subsistência. Apanhem o embalo e contem-nos a história que vos levou a formar os Lefty. Como é que o grupo aconteceu?

R: Começámos por trocar ideias numa vibe experimental e, quando nos apercebemos, já estávamos demasiado envolvidos para resistir à progressão das músicas e das experiências. Tivemos a sorte de conectarmos todos bem não só a nível criativo, mas especialmente relacional.


2 – Até à data, podemos ouvir dois singles. O vosso som é impetuoso, sentimos filosofias punk que se aliam a andamentos super contagiantes e fervorosos. Quais são as influências que vos levam e motivam a pisar esses caminhos?

R: É difícil identificarmos influências/ artistas, uma vez que temos todos Backgrounds diferentes. Definitivamente Inspirámo-nos nas nossas diferenças para chegarmos ao nosso “som”.


3 – Se prestarmos atenção e, sobretudo, ouvidos às vossas letras, percebemos que elas navegam por múltiplos campos da intimidade. Aliás, chegam mesmo a ter um cunho bastante sensual, libertino, sexual e arrojado. Absorvemos humanidade com uma naturalidade que teima em ser convicta. De onde vêm as sementes da vossa criação lírica?

R: Leonor: O processo criativo das letras deste álbum foi muito íntimo e, na sua maioria, autobiográfico. Foi um processo que teve tanto de bonito como de difícil, mas aconteceu na altura certa. Decidi escrever como sinto e como falo, sem pensar demasiado.


4 – A vossa aparição é feita no meio destes tempos conturbados e, consequentemente, parados. Duvidaram, em algum momento, se este seria o timing ideal para apresentarem e irem lançando este projeto?

R: Apesar de ter sido um ano complexo, a todos os níveis, para todos, nunca existem timings ideais. Aliás, nós começámos o nosso processo criativo no meio deste caos pandémico, mas nunca sentimos (felizmente ou não) esse medo.


5 – Esta questão vem um pouco à boleia da anterior, e é a seguinte: Como é que tem sido produzir nestes tempos em que o mundo nos divorcia uns dos outros?


R: Por mais contraditório que pareça, no nosso caso aconteceu precisamente o oposto. Estivemos mais juntos do que nunca, fizemos dois “retiros” criativos num estúdio no Algarve (zipmix) e, pela nossa distância em relação ao mundo, cresceu em nós uma necessidade maior de nos unirmos.


6 – Existe muita ansiedade para pisar o palco? É, talvez, uma questão meia retórica, mas o que procuro obter é a vossa perspetiva no que diz respeito à vossa sede e fome em atuar ao vivo, com o feedback do público diante de vós. O que esperam de nós, fãs e seguidores do vosso trabalho?

R: Neste momento é o que mais queremos fazer! Tenha o palco a dimensão que tiver, 1m2 também conseguimos assumir! Dos fãs e seguidores, ansiamos mais do que nunca estar convosco. Em resposta à tua pergunta, a nossa Sede está sedenta de ser morta!


7 – Esta é uma questão mais técnica. É a parte em que os vossos instrumentos recebem os holofotes que tanto merecem. Ou seja, é um convite à apresentação dos instrumentos e do material mais usado pela banda para a criação e obtenção do som. Se não existirem segredos tão misteriosos como o do molho duma bela francesinha, sintam-se na vontade de dar a conhecer o vosso arsenal de instrumentos. (Podem e devem frisar marcas e modelos. Se é para catalogar é para catalogar).

R: Pablo:

Guitarras: Fender telecaster, Fender Jaguar, Gibson Les Paul custom;

Amplificador:Hot Rod deluxe, Laney;

Pedal Boardwalk: Zvex drive, electro harmonix ring thing, Electro Harmonix Canyon.

João nobre:

Pedais;

BOSS Noise Supressor NS-2;

BOSS Bass Overdrive ODB-3.

Amp;

GALLIEN-KRUEGER;

2X CX Cabinet;

800 WATTS RMS;

67 LBS;

4×10″.

GALLIEN-KRUEGER;

2002 RB Head.

Baixo;
Fender Jazz;

Baixo Fender Jazz Bass V.

Dani:

Bateria: Ludwig/Gretsch;

Pedal bombo: Sonor;

Pratos: Paiste/Zildjian;

Cowbell: LP jam block/LP cowbell;

Baquetas: Vater;

Leonor:

Shure SM7.


8 – Por norma, não sou adepto de spoilers. Todavia, aqui até consigo e quero ser. Podem spoilar quando é que o vosso álbum estará disponível para o nosso bem? Ou se preferirem, podem-nos falar de um single que ainda não tenha conhecido a luz do dia. Tudo pela exclusividade.

R: O que podemos adiantar é que o álbum vai sair em Setembro. Em relação ao resto, ainda existe todo um work in progress envolvido, mas prometemos dar-te notícias Asap!


9 – Li algures, que o nome “Lefty”, deriva do facto de a mãe do João escrever com a mão esquerda. Isto é um mito ou a história do vosso nome é mais densa e complexa do que isso?

R: É a mais pura das verdades! A mãe do João foi a inspiração e a homenagem são todas as pessoas que passaram pela mesma situação. Isto é, a obrigação de contrariarem uma destreza inata em prol de uma “normalização”.


10 – Aqui, vou-vos pedir que façam um cocktail com bandas e músicas que considerem recomendáveis para os nossos leitores. Estes que, depressa e bem, se tornarão ouvintes das vossas sugestões.


R: João Nobre: “Give me convenience or give me death” dos Dead Kennedys.
Dani: “Live at pompeii” dos Pink Floyd.
Pablo Banazol: “Revolver” dos Beatles.
Leonor: “Is this it” dos Strokes.

11 – Esta não será bem uma questão. Será um espaço onde vos será concedida toda uma liberdade para frisarem qualquer coisa que me tenha esquecido de questionar e que vocês considerem ser oportuno referir. Por isso, tenham liberdade de acrescentar aqui o que bem entenderem. Falem dos vossos filmes preferidos, e por aí.


R: Enquanto banda falamos de MUITA coisa quando estamos juntos, mas em relação a filmes, a única coisa que temos em comum é o nosso pânico/ masoquismo em relação a filmes de terror. “Masoquismo”, porque ficamos a bater seriamente mal depois de assistirmos, mas voltamos lá sempre!

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