Palace – “Gravity”

É sempre bom regressar a coisas e a bandas que, em algum momento, nos fizeram felizes ou sentido. Desta vez, uma das melhores bandas britânicas, os Palace, regressaram e com eles veio um novo single, o “Gravity”. Ou seja, temos garantida uma extensão da felicidade. Obrigado Palace! Os agradecimentos são, por norma, feitos no fim, mas eu gosto muito de surpreender e de inverter os paradigmas.


A banda, no dia 18 de Agosto, divulgou através das redes sociais esta pequena grande surpresa. Ao que parece e pelo que nos contaram, não resistiram à tentação de partilhar connosco e convosco a “Gravity”. Basicamente, anteciparam este lançamento. Ainda bem que eles não se controlaram e acabaram por libertar o som mais cedo do que o suposto, supostamente. Mais do que partilhar este som, a banda anunciou que o lançamento de um novo álbum está para muito breve. Já nós estamos muito empolgados com este regresso, após aquele que foi o lançamento do EP “Someday, Somewhere”, de 2020.


A “Gravity” abre-se para nós com um riff bem eletrificado e espacial. Indie de pura essência. Surgem-nos diversas vozes no tema, umas vezes programadas numa autêntica sintonia, num coro hipnótico e, noutras frações, essas mesmas vozes visitam-nos de forma isolada e distante. Existem, também, inúmeras manchas de blues que nos vão atingindo sorrateiramente. A música intensifica-se na segunda metade, onde o baixo se impõe, a guitarra anda às rotundas sem nunca ficar tonta. Fica-nos tão bem no ouvido, para quê ficar tonta? A bateria marca o passo e dá colheradas ao dramatismo. Se o que importa é participar, a eletrónica também participa e, mais do que participar, vence-nos. Curiosamente, o baixo é o último elemento a abandonar-nos, deve ser coisa da gravidade.


O grupo aproveitou ainda para anunciar uma série de 21 concertos. Começarão em Setembro e prolongar-se-ão até Março. Estão asseguradas passagens pela europa.
Este será o terceiro álbum lançado pela banda, depois do “So Long Forever”, se ter estreado em 2016, e do “Life After”, o ter sucedido, em 2019. Ou seja, a espera para este novo álbum é real. No entanto, a banda, mais recentemente, lançou uma espécie de compilação com um best-off, com o nome: “It Gets Better With Palace”. As seis canções escolhidas para integrarem esta compilação foram aquelas que transmitiam uma maior mensagem de esperança. Ou seja, lançaram uma boia sonora de salvação para enfrentarmos estes tempos com outros olhos e, sobretudo, com outros ouvidos.


Quem não conhecer Palace, pode e deve consultar os álbuns referidos. Não sou médico, mas consultem!


Deixo-vos as músicas que mais me fascinam da banda, aqui. Ou melhor, ali, que isto vai ficar nas linhas mais a sul do artigo. Enquanto escrevo constato que a “Gravity” existe mesmo, até na escrita. Os Palace sabem tanto!


A “Heaven Up There” é intensa e introspetiva. Não nos cobra iva, mas ficamos a pensar na vida, enquanto a vida pensa em nós. Até rimou. É uma música que explode! Uma música que se liberta e que, em simultâneo, se agarra a nós, assim que o refrão tem a permissão para brilhar. É brilhante, o refrão e a música!


Outra excelente sugestão é a “Running Wild”. É uma droga, das que fazem bem. Que energia e inquietação ela nos traz… Esta música entrava com facilidade no Rocky. Queremos treinar só de ouvi-la. Fugir dos problemas, fazer mil e duas coisas, menos estar e ficar parado. Esta ouve-se uma vez para se ouvir mais de cem. Não sei se as contas serão exatamente estas, não peguei na calculadora, mas calculo que não andará longe.


O rock alternativo é um brinquedo para os Palace. São tão bons! Que venha daí o novo álbum que a espera já vai longa. Quanto a mim, não me alongo mais.
Palace é a entrada livre para um palácio musical! Vistam-se a rigor!

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