As palavras, além de serem o título do terceiro disco de Rubel serão, também, o meio de transporte que irei utilizar para falar sobre o mesmo. Meio que irónico, não é? Talvez.
O mote deste novo trabalho consiste em dar um passo para o exterior em relação aos dois álbuns que o antecederam. Se nos dois primeiros álbuns do artista carioca tínhamos uma abordagem mais intimista e pessoal do conceito musical, nestas Palavras temos algo com outra personalidade. É um álbum que canta a sociedade e o mundo que está fora de nós e do nosso controlo mas que, ainda assim, não deixa de existir.
No que toca aos estilos que podemos encontrar a circular neste álbum, esses passam muito pelo funk, forró, pagode e até mesmo eletrónica. Ou seja, até mesmo nesta matéria podemos sentir a ousadia, esta que se transforma em algo de muito qualitativo, neste que é um novo conceito e um novo desafio levado a cabo pelo Rubel.
Existem colaborações de artistas como Milton Nascimento, Ana Caetano, Tim Bernardes, Gabriel do Borel, entre muitos outros. A partilha das sonoridades com outros músicos permitiu que a filosofia instrumental emergisse mais colorida, mais dançável, mais abrangente, mais qualquer coisa que sabemos que existe mas que nos escapa. Dá para absorver origens. Origens estas que resolvem ser bastante nutritivas aos nossos ouvidos.
O talento musical não emerge sozinho. Ele gosta de companhia como quase toda a gente. Por isso, aliado a tudo isto temos uns videoclips que entregam todo um relevo a este lançamento. É sempre agradável complementarmos algo que é agradável ao ouvido com algo que mantém o nível de agradabilidade aos nossos ouvidos. Nem sei se a palavra agradabilidade existe, mas sei que este álbum as tem a sobrar para quem as quiser receber.
As Palavras pertencem-nos. São elas que nos definem e que definem aquilo que queremos definir. São elas o ponto de conexão e a base do nosso dia-a-dia. Este álbum acaba por ser mesmo como as palavras, isto é, essencial.