O último álbum de Courtney Barnett, “Things Take Time, Take Time”, parece ser o mais direto em relação aos seus trabalhos anteriores, mantendo um som contido e mantendo uma visão positiva ao longo do álbum. O título aponta para os problemas que a pandemia nos veio trazer, reflectindo e apreciando o ritmo de vida mais lento que todos sentimos nesse período.
Discutindo a criação do álbum, Barnett comentou, que “às vezes temos que ir no caminho errado para voltar e encontrar a resposta curta e fácil”, uma atitude que parece definir este novo lançamento em relação aos seus trabalhos anteriores que eram mais complexos, mas também emocionalmente mais carregados.
“O seu lirismo ainda brilha mais do que a maioria, apenas está mais pensativa desta vez.”
Courtney Barnett disse também que muitas das canções foram concebidas como “cartas para amigos”, mas no fim sempre lhe pareciam ser indicadas para ela mesma, o que aparentemente lhe deu mais liberdade para ser crítica e que fez com que as suas canções sejam também mais genuínas. Em “Things Take Time, Take Time” a formação habitual de baixista, baterista e um conjunto rotativo de colaboradores em vários outros instrumentos deixou de existir, Barnett decidiu gravar quase que inteiramente entre ela e a baterista. Isto resultou num conjunto de arranjos maravilhosamente simples.
Este álbum parece finalmente coincidir com a imagem de Courtney Barnett, é talvez o álbum com mais sonoridade australiana, com as referências dos anos 90 postas de lado, soa como um grande passo em frente para Barnett. “Things Take Time, Take Time” é reconfortante e será um daqueles álbuns que nos vamos lembrar de ouvir sempre que a vida nos pregar uma rasteira.