“Blue Banisters” é o nome do segundo álbum, lançado em 2021, de Lana Del Rey. Este ano, já tínhamos tido o lançamento do seu sétimo álbum, o “Chemtrails over the Country Club”. Este oitavo e novo álbum traz consigo uma consistência assinalável e uma saliente capacidade criativa. Lana distanciou-se das redes sociais, mantendo um low profile e um secretismo em redor deste que é o seu mais recente trabalho. Ou seja, desapareceu sem nada e regressou com um álbum pronto a ser ouvido. Este “Blue Banisters”, contém músicas trabalhadas de anos transatos, além dos temas frescos elaborados este ano.
Lana Del Rey confessou uma certa admiração pelo estilo country e, neste álbum, essa influência é notória. Entre as inspirações, podemos destacar nomes como: Tammy Wynette, Johnny Paycheck ou Bobbie Gentry. No entanto, existem também as influências de sempre como: Neil Young e Bruce Springsteen. O “Blue Banisters”, inicialmente, era para ser intitulado de “Rock Sweet Candy”, no entanto, após uma revisão severa do álbum, este tema acabou por ser excluído. Não só este tema, como muitos outros, foram trocados à última hora. Prova disso, foi que em Novembro de 2020, Lana Del Rey já tinha anunciado que 2021 seria o ano em que lançaria dois álbuns, um dos quais, intitulado de “Rock Sweet Candy”. Ou seja, o álbum já estava todo pensado… até deixar de estar. Abdicar da faixa-título do álbum, já anunciado, é uma demonstração de coragem e ousadia. Ou de indecisão e perfecionismo. Este disco é um pop que emparelha com um rock psicótico.
Do ponto de vista lírico, podemos encontrar neste álbum um certo, ou errado, fatalismo. Depende. Lana Del Rey sempre foi caracterizada pela sua rebeldia e isso reflete-se, quase sempre, naquilo que escreve nos seus temas. Neste álbum ela aborda temas como a família, as suas lutas pessoais, com toda a tristeza que isso acarreta, entre outras tantas mágoas e confissões. Uma narração autobiográfica, no fundo. Existe uma visão sombria e carismática que se alia ao som fantasmagórico e mágico com que ela, usualmente, nos brinda. Podemos esperar a mesma identidade de sempre, os pianos isolados e a voz que preenche os vazios, até mesmo os nossos. Temos nela uma companhia ideal para a solidão.
“Blue Banisters”, é um tema que começa morno e que se vai completando com a inflação dos minutos. É, sem dúvida, um excelente cartão de visita para o álbum. “Arcádia”, é um tema que se agarra ao piano e que, a própria, aconselhou a ouvirmos como se estivéssemos a ouvir a “Video Games”. “Wildflower Wildfire”, é o único tema no álbum produzido por Mike Dean. “Black Bathing Suit”, é um som que exalta cansaço e que traz consigo umas batidas tímidas e melancólicas, mas que são capazes de serem dançáveis. “Sweet Carolina”, é um tema que, além de ser uma excelente faixa demonstrativa do poderio vocal de Lana, é dedicada à sua irmã. Este tema contém um lembrete caricato e foi escrito pelo seu pai e respetiva irmã. A foto de capa do disco foi tirada por Neil Krug. O álbum continua e continua, sempre neste registo. Ouçam, sobretudo, se se sentirem sós!
Este é um álbum despreocupado e ilimitado na sua composição! Podemos ouvir sonoridades fluídas e livres. A naturalidade deste trabalho, faz com que Lana Del Rey ocupe o lugar de rainha!